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JIMINY SELF-HELP HANDBOOK   15


               Sensibilização organizacional significa ter a capacidade de compreender as correntes emocionais e as
               relações de poder de um grupo e identificar influenciadores, redes e dinâmicas na organização.

               Líderes que conseguem reconhecer oportunidades de networking e compreender as relações de poder
               encontram-se mais bem preparados para lidar com as exigências da liderança. Tais líderes não só
               compreendem as forças em ação numa organização, mas também os valores orientadores e as regras
               informais que existem entre as pessoas. Pessoas com competências de consciência organizacional
               podem sentir as redes pessoais que fazem a organização funcionar e sabem como encontrar a pessoa
               certa  para  tomar  decisões-chave  e  como  estruturar  uma  coligação  para  fazer  algo  que  se  revele
               necessário.

               Um dos exemplos de falta de sensibilização organizacional é quando o objetivo de uma empresa — a
               sua missão — não está relacionado com a forma como as pessoas desenvolvem as suas atividades no
               dia-a-dia no contexto da organização. Os líderes e os consultores externos que prepararam essa missão
               não foram assertivos na sua responsabilidade de garantir que as operações da empresa estão de
               acordo com a respetiva missão.
               Investigadores da Escola de Gestão Rotman, da Universidade de Toronto concluíram que a posição de
               um  potencial  transformador  na  hierarquia  de  uma  empresa  é  menos  relevante  do  que  a  sua
               capacidade de ler e mobilizar as redes informais necessárias para que a mudança ocorra.



               O efeito Radar
               Kate  Leto,  uma  consultora  de  design  organizacional,  dá  um  bom  exemplo  de  uma  pessoa  com
               reduzidas responsabilidades organizacionais que reflete a sensibilização organizacional: a personagem
               do antigo programa de televisão “M*A*S*H”, Walter “Radar” O'Reilly. Para os não familiarizados com
               o programa, Radar era um jovem cabo e funcionário do hospital M*A*S*H. Correspondia, tipicamente,
               à pessoa com menores responsabilidades na estrutura organizacional, apenas cumprindo ordens.

                                                       Contudo,  Radar  era  diferente.  Tinha  uma  capacidade
                                                       espantosa de fazer as coisas, sabia como gerir as relações
                                                       humanas  num  contexto  militar  para  conseguir  obter
                                                       mantimentos, jipes, passes, medicamentos, etc. Apenas
                                                       era necessário pedir. Sabia relacionar-se com as pessoas
                                                       para  obter  o  que  fosse  necessário.  Sempre  que  se
                                                       apercebia de um problema, procurava uma solução antes
                                                       mesmo de qualquer outra pessoa no campo perceber da
                                                        existência  desse  problema  (daí  o  nome  de  “Radar”).
                       Fonte: https://imgflip.com/i/4z8j94
                                                        Corresponde a um exemplo perfeito de como Goleman
               descreve  a  sensibilização  organizacional:  “A  capacidade  de  compreender  as  correntes  da  vida
               organizacional,  de  construir  redes  de  decisão  e  de  definir  políticas”.  Embora  a  personagem  fosse
               fictícia, quem trabalhou em organizações de maior dimensão pode lembrar-se de um colega com as
               caraterísticas do Radar, de “baixa patente”, muitas vezes com capacidades extremas de realizar tarefas
               complexas,  nem  sempre  seguindo  o  protocolo  burocrático  da  organização,  mas  sendo  positivo,
               agradável e cumprindo as regras.
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